Há dias, assisti a uma palestra
que estava a decorrer na minha antiga escola. Se não estou em erro o titulo
dessa conferência era: “A comercialização
do amor e a sua repercussão na sociedade moderna”. Como não tinha mais nada
para fazer, e o tema era bastante apelativo, decidi ir dar uma espreitadela.
Não é todos os dias que numa escola se fala da modernização da prostituição.
Afinal, eu estava enganado, o tema não era sobre a prostituição, mas sobre o
dia dos namorados. Vendo bens as coisas, o engano não era assim tao grande.
Para usufruir da intimidade da prostituta, temos de pagar em dinheiro, e quando
queremos fazer o mesmo com o outro nicho de marcado (muito mais vasto), pagamos
em flores, jantares, e outros artigos de bijutaria ou indumentária.
Mesmo não sendo a temática
esperada decidi ficar, podia ser que captasse uma ou duas informações uteis
para espalhar magia. Outra razão para eu ficar, foi o facto do sexo feminino
estava fortemente representado na assistência. Lembro-me que os oradores
estavam todos ligados de uma forma ou outra ao Dia dos Namorados, de florista a
ourives, havia de tudo. Sinceramente, não sei de que falaram, adormeci quando o
florista começou a falar do significado das flores. E só acordei com a
apresentação de um sujeito que estava vestido de uma forma esquisita. Ele
estava de fraldas, com umas asinhas e um arco embarreirado. Confesso que a sua
palestra foi qualquer doutro mundo, não que fosse Alien, mas por ser,
supostamente, o deus do amor
O orador: Boa tarde a todos! Queria desde já agradecer o convite e
dizer-vos que é uma honra estar… Onde é que isto é? Isso! Como dizia, é uma
honra estar aqui. Chamo-me Manuel da Conceição Valentim, e sou profissional do
amor. Mas podem chamar-me São Valentim. ..
M@rkito: Desculpa interrompê-lo, mas tenho uma questão?
São Valentim: Faça
favor!
M@rkito: Você não tem frio assim vestido, é que está um frio do caraças!
SV: Por acaso, até tenho bastante, mas Esta a minha farda, e fardo, é assim
que trabalho. Mais uma rica ideia da minha mãe!
M@rkito: Da sua mãe!?
SV: Sim! A Afrodite, a deusa do amor!
M@rkito: Então você é o Cupido?
SV: Qual foi a parte do São Valentim que não percebeu!? O São? O Valentim?
M@rkito: Se o seu nome é São Valentim, de onde é que saiu o nome Cupido?
SV: É a minha alcunha! Ela surgiu quando eu andava no quarto ano da Primária
Olímpica, escola do Monte Olimpo. Fiquei conhecido por Cupido depois de ter
ganho um concurso de cuspo!
M@rkito: Não vejo o que isso tem
a ver com o nome!
SV: é que na altura não conseguia dizer os “s”, e como no meu discurso
vitorioso disse: “Etou tão feliz por ter cupido mai longe de todo”, fiquei
conhecido como Cupido, o maior cupidor!
M@rkito: Outra coisa que não percebo! Não é suposto ser um bebé?
SV: Já fui! Não ia ficar na fase Cerelac para sempre! Acha mesmo que essa
fase nunca acaba?
M@rkito: Depende! Há quem não cansa de ser verdinho e de continuar a comer papa!
Principalmente se viver na zona de lisboa.
SV: Voltando ao que me trouxe aqui, eu acho que a minha festa, não pode ser
considerada como uma festa estritamente comercial. Alias, essa é uma desculpa
que os namorados dão quando se esquecem de comprar uma prenda para as suas
amadas – Então amor!? O que me comprastes?- Comprei? Mas tu não fazes anos
hoje?- não me digas que te esqueceste que o hoje é o dia dos namorados?- Claro
que não, mas não pensava que desses tanta importância a este dia que não passa
de uma festa comercial. O que realmente interessa é que te amo, e todos os
dias! Já agora comprastes alguma coisa para mim!?
Infelizmente, o tempo de antena
de Cupido acabou e não pôde falar mais sobre a sua profissão. Vou aguardar até próxima
palestra para saber mais e talvez tornar-me no melhor profissional do amor das
redondezas!
Cabeça Suja…de
fralda, asinhas e a treinar tiro ao alvo
M@rkito ®