20 setembro, 2018

Os Paranóicos Anónimos (P.A.)

Há dias pareceu-me estar a ser seguido. Como podia ser apenas uma impressão minha, tentei confirmar, e perguntei a pessoa que me estava a acompanhar se ela achava o mesmo. Confesso que a resposta dela, deixou-me ainda mais intrigado. Quando ela disse que devia ser apenas impressão minha, justamente o que eu estava a penar, vi logo que ela era cúmplice dos meus perseguidores. e que muito provavelmente estava metido no assalto que tinha sido vítima. É triste já não se puder confiar na própria mãe. Quando falei disso ao meu médico, o mesmo obrigou-me a consultar um psiquiatra. O mundo do crime tem realmente uma teia impressionante. Primeiro a minha mãe e agora o médico. Apesar de desconfiar também do psiquiatra fui a consulta para perceber a extensão da rede criminal. Achei estranho ele mandar para uma daquelas reuniões dos anónimos. Eu nem sou paranóico mas o meu psiquiatra obrigou-me, vá-se lá saber porquê. Mas decidi frequenta-las na mesma.

E no dia seguinte, fui a minha primeira reunião dos Paranóicos Anónimos, mas não sei se volto lá. Senti-me muito observado. Eu sei que estávamos sentados em roda, mas não tinham de olhar todos para mim. Ou tinham? Era mesmo necessário perguntaram-me o nome, não é suposto sermos anónimos? E quando espirrei! Desconfiei logo do tipo que me perguntou se estava constipado. Desconfiei e percebi logo o que se estava a passar. Ele estava ali para me sacar informações. Tenho a certeza que é cúmplice do gajo que me assaltou a casa. Alias, foram esses assaltos que me levaram a inscrever-me nesta associação.

Tudo começou a meses quando num dia ao acordar sinto uma dor no colhão esquerdo, sempre sinal de mau presságio que se confirmou minutos depois quando a dor se estendeu ao colhão direito. Mas o pior estava para vir e verifiquei-o quando, no fim de um dia de trabalho, cheguei a casa e percebi logo o que acontecera. Tinha sido assaltado. Mas cuidado, não foi um trabalhinho feito por amadores, pois encontrei a casa virada do avesso e a fechadura nem um risquinho tinha. Em suma, um verdadeiro trabalho de artistas. Se à primeira vista, não me tinha levado nada, a verdade é que quando fui tirar a roupa da máquina de lavar, percebi que algo tinha desaparecido. Faltava-me uma meia. Para mim, O roubo da meia tinha uma mensagem clara, o ladrão estava a dizer-me: “Desta vez foi a meia, mas para a próxima pode ser muito pior!” isso é que não, não te deixarei roubar a minha coleção da Playboy. Aquele ladrão estava a desafiar-me e eu não tencionava perder o confronto.

Foi por isso que instalei uma fechadura topo de gama com uma chave muito manhosa. Um dia, depois de regressar do trabalho, reparei que um pão não tinha miolo. Tinha sido o sacana do larápio que o tinha roubado. Mas para quê? Percebi depois que com o miolo do pão, ele tinha feito uma cópia da chave. Mas como é que ele tinha entrado em casa? Só com um cúmplice. Mas quem? Só podia ter sido… o gato. Pouco depois expulsei-o.

Ninguém acreditou em mim, nem na existência do bandido, ou suposta com eles diziam. Chegou mesmo uma altura em que desconfiava de todos. Para mim, todos eram cúmplices. Foi então que elaborei um plano muito engenhoso. Fui ao banco buscar todas as minhas poupanças e deixei-as em cima da minha cama e obviamente tive o cuidado de deixar a porta de casa aberta, assim era mais fácil apanhá-lo em flagrante de delito. Na rua gritei em alto e bom som, que onde estava o dinheiro. Horas depois, tinha sido outra vez assaltado, mas tinha saído vitorioso do combate. Finalmente podia comprovar a sua existência. Como? É simples, o estúpido tinha deixado cair o fruto do seu primeiro roubo, a meia, por baixo da máquina de lavar. Eu sou assim, ninguém me vence, e digo-vos mais: eu não sou paranóico.

Cabeça Suja… A ser novamente seguida


M@rkito © 2018

O Regresso dos CS



Há 2304 dias, um pouco mais de 6 anos, anunciávamos o adeus dos Cabeças Sujas. E é precisamente doze anos depois da nossa primeira publicação, estamos de regresso. Num primeiro momento revisitaremos as nossas maiores cabeçadas, ou seja as nossas melhores publicações. 2019 estará cheio de novos textos e muitas outras novidades.

M@rkito

31 maio, 2012

A cabeçada de fim...

Depois de quase 6 anos de escrita ao serviço dos Cabeças Sujas, decidi terminar a minha participação neste blog.

Agradeço aos que tornaram os CS numa realidade: os restantes membros, e claro os que ao longo destes anos têm visitado e comentado o nosso blog.

Isto não é um adeus, mas um até já. Talvez num blog por aí!

Para todos vós, um grande abraço

M@rkito

17 maio, 2012

É quinta-feira…

Há dias, li uma notícia que me deixou bastante perturbado. Segundo o autor dessa reportagem, um estudo revela que a quinta-feira é o dia da semana, sexualmente mais interessante. Por outras palavras é o melhor dia para o fanesgo. Quem tiver uma vontade extrema de coiso, é melhor aguardar até a quinta para as expectativas não serem defraudadas. 

Já me imagino numa quarta-feira a noite, acompanhado por uma princesa e esperando ansiosamente que chegue a meia-noite. “Meia-noite? Já? Sabias que a quinta-feira é o melhor dia para espalhar magia? Que tal comprovarmos isso? Acho que era importante comprovarmos isso, nem que seja num intuito meramente cientifico… (Algum tempo depois) Tens jeito para a coisa, nem te imaginava tão flexível! Isto correu tão bem, que era gajo para repetir, não achas que deveríamos experimentar a semana toda? Nem que seja para termos um termo de comparação? Concordas? Então!? Em que ficamos? Espero que só abras a boca para dizer sim, se estás com outras ideias esquece lá isso! Não lestes as notícias!? Isso pode provocar cancro!? E como não sei onde é melhor evitar!”

E até tenho uma banda-sonora, que deveria ser o hino das quintas-feiras. Aqui vai o refrão:


É quinta-feira…YEAH
Vou pinar a noite inteira…YEAH
Nem que seja com o azulão…YEAH
Hoje não é dia de usar a mão…YEAH
Vai ser…Bom bombombom
Quem me der ser…Já jájájá

Cabeça Suja... Já a espera da próxima quinta...


M@rkito ® 

16 maio, 2012

A perigosidade da oralidade

Há dias, soube de fonte segura, num jornal de renome, que o sexo oral pode provocar cancro nos seus praticantes. O problema é que na notícia não especificava o tipo de cancro. Confesso que fiquei bastante preocupado, queres ver que posso apanhar essa porcaria.

Há muito tempo que sou adepto dessa modalidade, mas não sabia que podíamos apanhar cancro. Sempre achei essa actividade, uma prática de sexo seguro. Nunca pensei que ligar para linhas eróticas poderia provocar Cancro do Tímpano.

Como fiquei com a pulga atrás da orelha, para já não tenho mais nenhum sintoma, fiz como todos que tem dúvidas sobre questões de saúde. Fui pesquisar na Internet. Aí descobri, que aquilo que pensava ser sexo oral, ouvir senhoras emitirem sons estranhos pelo telefone, não tem rigorosamente nada a ver com o verdadeiro sexo oral. O sexo oral para a maioria das pessoas, não é mais que a “Técnica do Corneto”. Sinceramente, eu pensava que o único risco que essa prática acarretava, era uma alergiazita, principalmente para as pessoas intolerantes a lactose.

Cabeça Suja... Longe do telefone


M@rkito ® 

24 fevereiro, 2012

O Complexo do “Vai tu primeiro!”

Há dias, fui comer ao McDonalds e na fila observei uma situação bastante estranha. A minha frente, Estava um grupo de amigos mas ninguém aparentava querer ser atendido em primeiro. Até parecia que ninguém queria comer, até cheguei a pensar que eram funcionários vestidos a paisana, num propósito de aumentarem as vendas. Como perguntam vocês? É simples, e confesso que fiquei impressionado pela subtileza da táctica, como quem não quer a coisa, os sujeitos demoram muito a pedir, fazendo com que os outros clientes ficam a espera e com cada vez mais fome. Chegada a vez, dos verdadeiros clientes, estes esganados com fome, pedem o dobro dos alimentos, logo mais consumo. Mas afinal, essa minha teoria desvaneceu quando me chamaram para outra caixa para ser atendido.

Afinal os gajos não gostam, é de falar inglês. É um facto, a escola nunca nos prepara para fazermos pedidos no Mc. Aprendemos coisas básicas, como dizer as horas, e contar, mas pergunto eu: “Comer no Mc não basicamente importante?”. Eu acho que sim. As primeiras coisas que deveríamos aprender a dizer, é o nome de todos aqueles menus com o sotaque adequado. Mas como não é possível, deveriam aportuguesar o nome dos menus, imaginem que o meu avô queira comer um hamburger, acham mesmo que irá pedir um BigMac, ou até um McChicken!? Não creio! Não era muito mais simples o BigMac, passar a ser o GrandeMac e o McChicken, o McGalinha? E citando apenas estes dois menus.

Quando estava a deliciar-me com o meu repasto altamente calórico, mas bom como o catano, reparei que no acto despejar os seus tabuleiros, os rapazes apresentaram o mesmo comportamento que há pouco na caixa. Foi aí que percebi tudo. Estava na presença do Complexo do “Vai tu primeiro”, uma espécie de pacto silencioso, em que o primeiro não é o mais corajoso mais sim o mais fraco. O primeiro sujeito a avançar, para qualquer que seja a situação, fê-lo apenas por não ter a coragem e a força, para aguentar que alguém avançasse antes dele. Penso que o próximo exemplo será bastante esclarecedor e atestara a veracidade da teoria do Complexo do “Vai tu primeiro”. É em noites de bebedeiras que se constata mais, essa coisa do “Vai tu primeiro”, podemos estar com a bexiga cheia até o limiar do suportável, mas ninguém ousa ser o primeiro a ir a casa de banho. Esperamos que alguém, se sacrifica e se digna a ser o primeiro, só depois desse heróico sacrifício, que louvamos com um “Já!?” e um “Não aguentas nada!”, é que comecem um rodopio de idas a casa de banho.

Um conselho: de hoje em diante, não tenhas medo de ser último e de ser um ovo podre. Pensa que mesmo na derrota, e apesar de ser um ovo podre, foste o mais bravo enquanto os outros fugiram feitos maricas.

Cabeça Suja… a espera que alguém vá a casa de banho em primeiro. Estou a ficar aflito

M@rkito ®


Esta cabeçada foi sugerida pelo Rafael Ferreira 

21 fevereiro, 2012

16 fevereiro, 2012

A espeleologia nasal rodoviária, ou a mestria de tirar macacos do nariz ao volante

Há dias, como estava muito aborrecido em casa, decidi ir passear. Peguei então no meu carro, e fui dar umas voltinhas. O passeio corria sobre rodas, estando de carro dificilmente andaria de outra forma, até que fico retido num engarrafamento, as famosas bichas. Não era uma bicha qualquer, era uma senhora bicha, grande para carago. Daquelas que tentámos fugir desesperadamente de marcha atrás, mas fundamentalmente com o traseiro em lado oposto ao perigo. Mas infelizmente, não tive escapatória. Não havia como fugir do engarrafamento. Como não tinha mais nada para fazer, comecei a soltar o animal dentro de mim, comecei a tirar macacos do nariz.


Confesso que não foi a primeira vez, nem há-de ser a última, que tiro macacos enquanto conduzo. Não é para me gabar mas já sou um mestre em tirá-los, antigamente quando enfrentava uma remoção mais complicada parava, ou aguardava até encontrar uma portagem ou um engarrafamento. Mas depois de muitas horas de prática, até a alta velocidade consigo fazê-lo. Tornei-me, inclusive, num pro do “lançamento polegar”, técnica que consista em livrar-se do excremento nasal (EN) extraído, num simples gesto dedal. Nem sempre fui um guru nessa arte, e inúmeras vezes a trajectória do EN não foi a mais desejada. Ou acabavam contra o pára-brisas, o volante, ou pior ainda, contra o pendura que teve a infeliz ideia de subir no meu carro.

Não gosto muito de engarrafamentos, é uma mania minha, gosto de chegar ao destino atempadamente, mas este teve uma coisa boa. Pude constatar que não sou o único a aproveitar qualquer oportunidade para explorar as grutas nasais enquanto circulo nas estradas portuguesas. Depois com os vários condutores, que como eu estavam retidos na fila, decidimos fazer algo para passar o tempo. E assim nasceu, nas estradas portuguesas, a “macacada olímpica”, que consiste num lançamento de macacos. Infelizmente, não fui o grande campeão dessa prática. A grande vencedora conseguiu projectar os seus macacos até uns impressionantes 32 metros.

Mais tarde, soube que o engarrafamento foi provocado por um acidente, devido ao condutor estar a tirar macacos do nariz. Pelo menos é o que as provas indicam, assim como o dedo indicador do sujeito alojado na sua narina esquerda.

Cabeça Suja…a tirar macacos do nariz

M@rkito ®


Esta cabeçada foi sugerida pelo Bruno Sousa

14 fevereiro, 2012

Cupido

Há dias, assisti a uma palestra que estava a decorrer na minha antiga escola. Se não estou em erro o titulo dessa conferência era: “A comercialização do amor e a sua repercussão na sociedade moderna”. Como não tinha mais nada para fazer, e o tema era bastante apelativo, decidi ir dar uma espreitadela. Não é todos os dias que numa escola se fala da modernização da prostituição. Afinal, eu estava enganado, o tema não era sobre a prostituição, mas sobre o dia dos namorados. Vendo bens as coisas, o engano não era assim tao grande. Para usufruir da intimidade da prostituta, temos de pagar em dinheiro, e quando queremos fazer o mesmo com o outro nicho de marcado (muito mais vasto), pagamos em flores, jantares, e outros artigos de bijutaria ou indumentária.

Mesmo não sendo a temática esperada decidi ficar, podia ser que captasse uma ou duas informações uteis para espalhar magia. Outra razão para eu ficar, foi o facto do sexo feminino estava fortemente representado na assistência. Lembro-me que os oradores estavam todos ligados de uma forma ou outra ao Dia dos Namorados, de florista a ourives, havia de tudo. Sinceramente, não sei de que falaram, adormeci quando o florista começou a falar do significado das flores. E só acordei com a apresentação de um sujeito que estava vestido de uma forma esquisita. Ele estava de fraldas, com umas asinhas e um arco embarreirado. Confesso que a sua palestra foi qualquer doutro mundo, não que fosse Alien, mas por ser, supostamente, o deus do amor

O orador: Boa tarde a todos! Queria desde já agradecer o convite e dizer-vos que é uma honra estar… Onde é que isto é? Isso! Como dizia, é uma honra estar aqui. Chamo-me Manuel da Conceição Valentim, e sou profissional do amor. Mas podem chamar-me São Valentim. ..

M@rkito: Desculpa interrompê-lo, mas tenho uma questão?

São Valentim: Faça favor!

M@rkito: Você não tem frio assim vestido, é que está um frio do caraças!

SV: Por acaso, até tenho bastante, mas Esta a minha farda, e fardo, é assim que trabalho. Mais uma rica ideia da minha mãe!

M@rkito: Da sua mãe!?

SV: Sim! A Afrodite, a deusa do amor!

M@rkito: Então você é o Cupido?

SV: Qual foi a parte do São Valentim que não percebeu!? O São? O Valentim?

M@rkito: Se o seu nome é São Valentim, de onde é que saiu o nome Cupido?

SV: É a minha alcunha! Ela surgiu quando eu andava no quarto ano da Primária Olímpica, escola do Monte Olimpo. Fiquei conhecido por Cupido depois de ter ganho um concurso de cuspo!

M@rkito: Não vejo o que isso tem a ver com o nome!

SV: é que na altura não conseguia dizer os “s”, e como no meu discurso vitorioso disse: “Etou tão feliz por ter cupido mai longe de todo”, fiquei conhecido como Cupido, o maior cupidor!

M@rkito: Outra coisa que não percebo! Não é suposto ser um bebé?

SV: Já fui! Não ia ficar na fase Cerelac para sempre! Acha mesmo que essa fase nunca acaba?

M@rkito: Depende! Há quem não cansa de ser verdinho e de continuar a comer papa! Principalmente se viver na zona de lisboa.

SV: Voltando ao que me trouxe aqui, eu acho que a minha festa, não pode ser considerada como uma festa estritamente comercial. Alias, essa é uma desculpa que os namorados dão quando se esquecem de comprar uma prenda para as suas amadas – Então amor!? O que me comprastes?- Comprei? Mas tu não fazes anos hoje?- não me digas que te esqueceste que o hoje é o dia dos namorados?- Claro que não, mas não pensava que desses tanta importância a este dia que não passa de uma festa comercial. O que realmente interessa é que te amo, e todos os dias! Já agora comprastes alguma coisa para mim!?

Infelizmente, o tempo de antena de Cupido acabou e não pôde falar mais sobre a sua profissão. Vou aguardar até próxima palestra para saber mais e talvez tornar-me no melhor profissional do amor das redondezas!

Cabeça Suja…de fralda, asinhas e a treinar tiro ao alvo

M@rkito ®

08 fevereiro, 2012

As noites solitárias

Há dias, acordei apavorado. Eu estava sozinho em casa, como sempre, e oiço um barulho estranho. Parecia que alguém tinha tocado algumas notas no piano que tenho no primeiro andar. Quem poderia ser!? O Pai Natal!? Impossível! Nem sequer estamos em Dezembro! Um ladrão!? E logo um virtuoso! Só me faltava essa. Mas depois, lembrei-me que nem sequer tenho piano, nem primeiro andar. Devia ser apenas o toque do meu telemóvel. Mais uma vez a minha mente atraiçoou-me. É no que dá passar a noite sozinho.

O problema disto tudo é que me não senti só apenas naquela noite. Ao longo dos tempos, a minha solidão nocturna tem sido uma constante. As minhas noites passam ora dormindo (eu sei que todos dormimos durante noite, mas duvido que se deitem, como o faço, logo que anoiteça), ora jogando damas, ora visionando clássicos da pornografia internacional. Como estava farto de programa deprimente, decidi fazer algo e gritei alto e bom som: “Hoje é o dia em que argaço as mangas e empunho o meu destino”. Até calha bem, hoje é dia de visionamento.

Mas como fazer para deixar de ser solitário!? Arranjar novos amigos! Foi o que fiz e assim conheci o Lucas. Era um rapaz de poucas falas, mal se dava por ele, mas só via em noites de grandes bebedeiras. Como se ele soubesse sempre onde me ia embebedar. Infelizmente, a nossa amizade não durou muito tempo. Já não se fazem amigos imaginários como antigamente. Ainda me lembro do Fred, grande amigo, mas curiosamente, e tal como aconteceu com o Lucas, depois de tomar frequentemente a medicação nunca mais o vi.

Recentemente, fui a uma festa onde me deparei com um conceito novo, “The Glasses Swing”, que é basicamente uma troca de óculos. Os swingers vão trocando de óculos em busca de novas sensações visuais. De certeza que alguma vez já experimentastes os óculos de um amigo e até tirastes fotos! Por outra palavra, esta prática não é mais do que uma orgia ocular. Confesso que fiquei muito desiludido com a experiência. Já vejo mal com os meus, qual é o interesse de ver pior com os óculos dos outros! E se queriam tanto usar óculos, fossem míopes ou tivessem estigmatismo. Ninguém os mandou ter uma visão saudável. Mas cuidado, a prática abusiva deste swing, pode ser nefasto pra a saúde podendo provocar cefaleias e enjoos, as chamadas ressacas.

Depois de algum tempo, encontrei a melhor solução para o meu problema, arranjei uma namorada. Os meus amigos já me tinham falado dessa possibilidade, e realmente, tinha razão. As noites nunca mais foram as mesmas, ora jogo às damas, ora visiono os meus clássicos, ora durmo, mais nunca sozinho.

Cabeça Suja… com acompanhamento nocturno

M@rkito ®