09 agosto, 2009

Acabar com... Os elogios

Eu cá até gosto muito de elogios. Sabe sempre bem ouvir umas quantas verdades, principalmente quando são direccionadas para a minha pessoa. M@rkito, és demais!” – Ah pois sou! “És Lindo!” – Também me digo isso todas manhãs que me olho ao espelho! “Tu não existe!” (Por vezes, tenho dúvidas que seja um elogio, mas…) – Existo, pois! Isso porque os meus pais, numa linda manhã, tarde ou noite, tiveram a brilhante ideia de me conceber. Mas por muito que gosta deles deveriam ser erradicados. Primeiro porque não os ouço tanto como deveria, ou seja, se não são usados para me elogiar, não faz sentido a sua existência. Segundo, por sim. E finalmente, porque me apetece acabar com eles. Mas cuidado não quero acabar com todos os tipos de elogios, mas sim com os ditos de conveniência, afectuosos e infernais.

A verdade é que sempre que ouço um elogio, algo se mal está para acontecer. Direi mesmo que trazem sempre água no bico. Não são poucas as vezes em que após ouvirmos um elogio, surge um pedido por parte do elogiando. “Já te disse que és um bacano! Um grande amigo! Podias fazer-me um favor!? Dava para me levares ao aeroporto as 4h da manhã...amanhã?” (Nota: o pedido é feito às 22h, ou seja, 6 horas antes). Mas depois que tantos termos elogiosos, como recusar. O problema é que eu preciso de 10 horas para completar o meu sono de beleza, por isso é que nunca mais fico bonito. Não me deixam dormir!

Como tantos outros, também sou um mestre na arte de elogiar e sempre que posso tento tirar proveito dessa minha habilidade, mas nunca me esquecendo que os pedidos nunca podem ser exagerados. “Mamã! Já te tinha dito que és a melhor mamã do mundo! Podias dar-me aquele que vi na montra, não te preocupes. É baratinho. Custa apenas 250€!”. Os mais atentos terão decerto reparado que os elogios citados foram os de conveniência.

Os elogios afectuosos são, na maioria das vezes, proferidos por familiares. “Não é por ser o meu filho, mas é mesmo bonito!” “Sinceramente, e não digo isso por serem os meus pais, mas são mesmo espectaculares.” A utilização deste tipo de elogios não tem nada de vergonhosa. Bem Pelo o contrário, denota um certo orgulho, e sejamos francos vergonhoso seria fazer o oposto. “ És mesmo burro! De certeza que te trocaram na maternidade!” “Fogo! Vocês não percebem nada! De certeza que fui adoptado! Só pode! Digam me lá quem são os meus verdadeiros pais!”.

Finalmente, o aterrador elogio infernal. Sim. Porque depois de ouvi-lo, a sua vida passa a ser um inferno. Este tipo de elogio é principalmente usado pelo patronato. Sempre que ouço, o patrão proferir este tipo de elogios para um colega, não me consigo conter e fujo para a casa de banho onde derramo lágrimas de tristeza, mas também de felicidade. Pode ser que seja desta que fico o escritório do Fonseca. “Fonseca, você é um empregado espectacular, direi mesmo, do melhor que já vi. Mas… (Há sempre um mas) Vou ter de dispensa-lo. A actual conjuntura económica (e o pagamento do meu novo carro) não me permite que o mantenha na empresa”.

Cabeça Suja… elogiada…outra vez

M@rkito Copyright

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