07 junho, 2010

A importância do bigode

Em Portugal, o bigode não é apenas um adereço ou mera pilosidade. Em Portugal, o bigode é um símbolo nacional tão indispensável como a bandeira, o hino, a mini e o tremoço. Para alem de ser um fantástico armazém para a comida, o bigode sublima e sublinha a personalidade do seu dono. E sublinhamos palavras para quê? Para evidenciar o texto! Se é farfalhudo e enrolado pertence a alguém alegre e orgulhoso, se é pequeno e aparado revela moderação e sobriedade, se é generoso e definido pertence a um dono sociável e com boas maneiras.

Outrora no mundo circense, o bigode também era uma fonte incrível de audiência. Principalmente quando era ostentado por uma mulher. Na verdade, não percebo bem esse gosto, assim como assim, prefiro pagar para ver uma mulher nu…ma de conversar. Mas pronto, gostos são gostos e gostos não se discutem.

Mas é futebolisticamente que o bigode ganha contornos descomunais. Sempre me disseram que o futebol não é para meninas, mas confesso que hoje em dia, sou frequentemente fustigado pelas dúvidas. Principalmente quando os jogadores estão mais preocupados com o penteado ou a fintinha que têm no cabelo. Ou mesmo quando, e em vez de correr, arrastam-se pelo campo, parecendo inclusive que estão a desfilar. E desfilar não é de homem!

No decorrer dos jogos são constantes as entradas mais ríspidas dos defesas sobre os avançados, mas na minha modesta opinião, a entradas nunca são assim tão violentas e merecedoras de cartão vermelho directo. Só mesmo se partir a perna do adversário em três lados. Mas mesmo aí, acho que a culpa é mais do sofredor do que do causador. Para começar se bebesse mais leite, não era tão frágil e se ostentasse um bigode, o defesa nunca teria entrado assim. Ao ver o bigode, o defesa perceberia logo que o oponente é um gajo rijo e ele é que se arriscava a ficar magoado.

Gostava de relembrar a todos os meus compatriotas, que os tempos mais áureos da Selecção Nacional, o vice-campeonato europeu em 2004 e os terceiro e quarto lugar no Mundial em 1966 e 2006, foram alcançados quando o treinador ostentava um bigode. Quando em 1989 e 1991, um certo Carlos Queiroz tinha um bigode e treinava a selecção júnior, levou a Selecção Portuguesa até o título mundial. Coincidência? Não creio! Porque no deixa-lo crescer outra vez?

Recentemente surgiu o fenómeno “vuvuzelas”, com o qual eu não concordo nada. Sempre que oiço aquela barulheira, armo-me com o insecticida e empunho o mata-mosca, porque parece que vou ser atacado por um enxame. Se querem mesmo apoiar a Selecção, sugiro que o façam patrioticamente, ou seja, usando produtos nacionais. Nada de “vuvuzelas”! Se querem mesmo soprar em algo, soprem nas garrafas. Nas garrafas vazias de minis! Seria um verdadeiro acto de patriotismo, mas para que esse acto seja pleno, não se esquecem do belo do bigode!

Enfim, o que queremos é dar Bigode as outras selecções enquanto nos rimos nas suas barbas.

Cabeça Suja… de bigode

M@rkito ®

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