Os paneleiros

Desde longínquos tempos, existem homens que gostam de homens. Na antiguidade era pratica corrente e eram poucos que, e mesmo estando casados, não eram dados a outras perspectivas. Na verdade não nada contra estas pessoas, mesmo nada, e apesar dos seus gostos no mínimo discutíveis, não deixam de ser pessoas. Eu até agradeço a homossexualidade masculina, é concorrência a menos. O que me intriga particularmente é porque lhe chamam de paneleiros?

Eu poderia dizer que no decorrer desta investigação, fiz muita pesquisa, mas a verdade é que não. Talvez se o tema fosse outro, por exemplo o tipo de coito praticado pelas fêmeas da espécie Homo Sapiens Sapiens, o meu interesse teria sido outro. Certo até será dizer que num interesse puramente cientifico, eu teria de bom grado investigado um pouco mais a fundo. Mas sinceramente, e mesmo não tendo nada contra estes senhores, esta temática assusta-me um pouco. Como se diz na minha terra, quem tem cu, tem medo. E neste caso tem cu tem mesmo de se preocupar.

Curiosamente há uns tempos, uns amigos meus foram a um bar dito de gente feliz. Pronto admito, também fui. Mas antes que tirem conclusões precipitadas, deixem me contar com tudo aconteceu. Estava eu e os meus amigos, num belo dum sábado a noite, a bebermos umas belas dumas minis com tremoços, e os tremoços acabam sempre nas minis, quando de repente vindo do nada, eis que as meninas propõem ir ao tal bar. Como estamos em democracia, decidimos votar, ou era o bar ou o bingo. Na cabeça a vitória estava garantida e iríamos ao bingo. As contas eram simples, três mulheres contra quatro homens, só podia ganhar o Bingo. No momento da votação, não é que aquele panasca do Gonk vota pelo bar. Eu não sou de intrigas, mas tinha de contar isto. Ele até têm atenuantes, sabem, é que ele andou nos escuteiros. Não há mais dizer, pois não!?

Como quem vota sujeita-se, lá fomos. Digo-vos já que foram os momentos mais críticos da minha vida. Nunca me senti tão pouco a vontade, sempre que podia encostava-me a parede. Também posso vos contar que o meu primo, o M@rkuz, atou os atacadores duma forma singular, mesmo encostado a parede não se baixou. Ele preferiu levantar o pé. É obvio que durante a noite nenhum de nos foi a casa de banho, mas quando saímos e porque a água das azeitonas tinha de ser mudada, foi uma correria até o pinhal.

Mas afinal o que isto tem a ver com o estudo? Tudo! Quando estava naquele sítio tentei descortinar, ou melhor ver se lá estava algum vendedor ou mesmo fabricante de panelas. É estranho como ao longo do tempo a palavra pandeleiro derivou para paneleiro. Depois de pensar algum tempo cheguei a algumas conclusões, ou melhor, algumas razões do uso do termo paneleiro, sendo a seguinte, a mais lógica de todas. Numa remota aldeia vivia um senhor que também gostava de senhores e que a profissão era fazer panelas, ou seja, era paneleiro. Os aldeões diziam, O Zé das Panelas é pandeleiro, mas com o tempo foram dizendo, o Zé Paneleiro é pandeleiro, até que ficasses mesmo com o nome, Zé Paneleiro. E desde daí todos que têm um gosto por homens são chamados de paneleiros. Tem lógica. Não!?

Cabeça Suja...ainda com medo

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