03 julho, 2009

A oficina dos coxos e afins

Após longa reflexão, cerca de 4 segundos, encontrei uma forma de prestar uma singela homenagem aos meus novos amigos, os fisioterapeutas, mas especialmente as pessoas que trataram de mim, nessas minhas idas à oficina dos coxos e afins. Mas como não sou de intrigas e não quero criar sentimentos de inveja por parte dos outros colegas, não vou citar nomes. Tas a ver Michel, tanta coisa e não disse o teu nome. Oups! Pronto disse o teu, mas nem falei da Sandra, nem da Rita! Oh pá! Escapou-se me outra vez!
Não sei porquê, mas tenho a ligeira sensação que me vão fazer uma espera, por volta da 13h30 para o tratamento, e que provavelmente vão-me fazer a folha, ou neste caso o joelho. Porque será? Para dizer a verdade, agora fiquei com um pouco de receio, porque, e como se diz na minha terra, “quem tem cu, tem medo”, ou melhor, “quem tem joelho, tem medo”. Mas como sou um gajo corajoso e não tenho medo de nada, a não ser do papão, dos palhaços, e do Coelhinho da Páscoa. Desculpem mas o facto de um coelho pôr ovos, ainda por cima de chocolate, é deveras assustador.
Antes de passar mesmo às hostilidades, queria deixar uma palavra de apreço, ao e à, mas também à. Viram!? Desta vez não pus os nomes! Lindo menino! Quase que mereço um beijinho! Menos do Michel! Possas! Disse outra vez o nome! Voltando agora ao momento dos elogios, ou seja de graxa, sim porque tenho amor ao joelho, não podia deixar de dizer que foram impecáveis, espectaculares, direi mesmo bastante fofinhos. Menos o senhor. Dizer que um homem é fofo, ou pior fofinho, é bastante rabilau.
Houve dias em que pensei que estava preso num barco pirata, e passo a explicar porquê. Tudo começava com tiros nos pés, mas propriamente no joelho, de seguida atavam-me peso nos pés, para depois me mandarem para a tábua. No caso de sobreviver, ainda ia para a máquina de tortura (STEP). Um dia destes, alguém sugeriu levar uma grade de minis, para o covil dos piratas. Por sinal uma ideia de louvar, ainda para mais devido ao preço do rum. Decerto que os prisioneiros agradeceriam e que os piratas estariam muito mais animados.
Mas quando voltei a realidade, pensei (Sim! Também faço disso!), se calhar não será de todo uma boa ideia, eles estarem embriagados, para não dizer bêbados. Havia de ser giro, durante a massagem:
- Está com dores?
- Não! Você tem mesmo jeito para as massagens!
- Ah sim!?
- Apenas um reparo
- Diga lá
- Não é nesse joelho que estou lesionado. É no outro!
- Hummmmmmm
- Mas pode continuar! Tou a gostar! (nota: isto só se aplicaria se fosses uma jeitosa!)
Voltando agora ao Michel, o mais recente adepto do “Gel Coião” (Gel Colhão), a nossa marca registada, queria aproveitar para acabar com o mito do “Michel, tu vas tomber!”. É incrível como tantos já presenciaram essa história, na minha opinião, um mito urbano. Para começar não assim tantos micheis como isso. Para a estória ser verídica eram preciso ser mais que as mães, Ou seja, era preciso estarmos na China. Se bem que a este ritmo, não sei não! Acho que também tenho o dever de dizer que Michel, não é de todo, um nome tipicamente francês. Agora, Rachid, Mohammed, Nabil, Paulo ou mesmo Marco, estes é que podem ser considerados nomes franceses. Eu até tinha bastantes coisas a dizer sobre o Michel, mas visto que ele é bastante grande, acho melhor ficar por aqui.
Agora desenganam-se, se pensaram que não ia escrever mais nada. Ainda falta falar das meninas. Sobre a Rita, não tenho muito a dizer, por isso vai ser poupada. Mas a Sandra, uiiiii. Isto vai doer. Principalmente à mim, se ler isto antes dos próximos tratamentos. Para começar fico bastante ofendido, por me tratar com respeito. “O Marco está bom?” Por amor de Deus. Mas desde quando é que sou uma pessoa de respeito, ou respeitada? Com franqueza! Ou será que está a insinuar que estou velho? Ou pior um adulto? Há outra coisa que me intriga. É quando pega num objecto estranhamente verde e diz que vai enrolar. Quando enrolado aquilo pronuncia um certo bem-estar e alívio. Do que estou a falar? Das ligaduras! Obviamente! Que mais poderia ser? Já agora que queria agradecer lhe, porque inspirou-me para mais uma técnica de espalhar magia, a técnica do tropeção. Vi um paciente, que ia cair, ou tropeçar, agarra-se à Sandra como se não houvesse amanha. Foi então que pensei: Ora aí está uma boa técnica. E porque não de lembrei disto antes!?
Tanto medo do que eu poderia escrever, mas afinal fui bonzinho. Isso não quer dizer que não lembre de mais nada nos próximos dias. Por isso, cuidado com o que dizem. Quase que aposto que a partir de agora, vão constantemente perguntar aos pacientes se têm blogues.
No acto da inscrição:
- Nome? Idade? Tem blogue?
- Tenho
- Ah sim! Só vi agora…
- O quê?
- Lamento, mas de momento não temos vagas…
Cabeça Suja…com os joelhos contados…dois até ver
M@rkito Copyright

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