
Depois de muitos anos de poupança, fui fazer o que qualquer candidato a super-herói faria, registar-me na Ordem Heróica. Felizmente, eu tinha amilhado muito dinheiro e dava para pagar a pré-inscrição necessária para enfrentar as três difíceis provas (a prova dos actos heróicos, a prova dos poderes, e a prova do fato) para ser oficialmente um herói.
Na prova dos actos heróicos, tive de relatar acontecimentos que demonstraram a minha coragem e meu sentido de ajuda do próximo. Foi assim que contei modestamente as boas acções que tenho praticado ao longo dos anos. Desde de sempre ajudo as velhotas a atravessar a rua, mesmo quando elas não querem. Também é frequente auxilia-la no regaste dos seus fieis amigos, os gatos, quando estes ficam presos nas árvores. Nesses casos conto sempre com a preciosa ajuda da minha fiel comparsa, a pressão de ar. Não é de todo um pseudónimo. É mesmo uma pressão de ar! Dou-lhes um tiro no meio da testa e eles caem redondos. O gato já não está preso! Objectivo cumprido! Não sei bem porquê, mas senhoras costumam desatar aos gritos: “Matou o meu gato! Matou o meu gato! Coitadinho do Conde Fofinho III!”. Como bom herói que sou, tenho sempre uma palavra amiga para com as senhoras: “Que culpa tenho eu do gato ter morrido! Não é suposto ter 7 vidas! Se fosse mais responsável, tinha evitado de ele já ter subido 6 vezes a árvore!”
Na hora de falar dos super-poderes, referi que uma vez fui
picado por uma vespa, mas o único poder que ganhei, e por pouco tempo, foi o
super inchaço. Também disse que tal como o Homem-aranha consigo criar teias,
mas também camadonas de pó letais para o vilão se este for asmático. O problema
é que teria de o levar para o meu quarto, o único sítio onde potencio esta extraordinária
habilidade. Só que a minha mãe não deixa receber visitas com o quarto desarrumado!
Como alguns heróis, tenho uma visão apuradíssima. Não é fácil acertar no meio
da testa dum gato, quando este está preso numa árvore. Uma vez persegui um ladrão
que tinha roubado uma carteira. Ele fartou-se de correr, mas apanhei num
instante e nem me cansei. Logo depois, tive de encher novamente o depósito. O meu
carro bebe muito quando ando depressa.
As provas até estavam a correr bem, estava no bom caminho
para me tornar oficialmente um super-herói, mas quando chegou a prova do fato,
vi que não era vida para mim. A prova do fato, é literalmente a prova do fato. Para
além de aqueles fatos serem bastante americados, faziam-me alergias e deixavam-me
com uma comichão insuportável nas virilhas. Como uso óculos, era impossível usar
mascara, mas o pior é que tenho o cabelo muito volumoso e não há gel que o
segure. Era logo praticamente impossível, criar o famoso remoinho no cabelo que
impossibilita de desvendarem a nossa identidade secreta.
Assim sendo, decidi enveredar por outro caminho. De hoje em
diante serei: filosofo. Dá muito menos trabalho!
Cabeça Suja… ainda com comichão por causa do
raio do fato!
M@rkito ®
1 comentário:
Não querendo insinuar nada...essa desculpa da alergia e da comichão é só para disfarçar...o teu problema é mesmo o facto de o fato ser bem apertadinho, coladinho ao corpo e com as partes íntimas quase à vista de todos!
Agora imagina tu, com um fatinho de super-heroi assim...é garantido que arranjes uma nova namorada...ou então, um novo namorado...eheh ;)
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