26 agosto, 2011

As obras


Conseguir acabar definitivamente com as obras, seria uma loucura, mesmo um parvo como eu, sabe que sem obras, a minha futura mansão com piscina, provavelmente um T0 com uma banheira no meio nunca existirá.

 O que pretendo, e acabar com o tipo de obras que temos em Portugal. Aquelas que representam o paradigma nacional no seu esplendor. As obras em solo nacional são um verdadeiro bico-de-obra, muito por culpa daquela seita que dominava a construção civil (empreiteiro, pedreiro, canalizadores, pintores e electricistas).
O grande Guru da construção civil, o empreiteiro, distingue-se dos restantes devido a dois adereços que ostenta, o crucifixo e o telemóvel-tijolo. Com o crucifixo agradece a Deus por todos aqueles empregados que explora, e os clientes que engana, guardando religiosamente o dinheiro de ambos. O empreiteiro está sempre armado do seu famoso telemóvel-tijolo, espécie de identificação estatutária, através do qual contacta regularmente com seus capangas para que no assustem os seus trabalhadores ilegais.

Em Portugal, o que determina o fim de uma obra, não o término do último acabamento mas sim o esgotamento da paciência ou do dinheiro (talvez dos dois) de quem paga. As obras nacionais têm o condão de deixar o país num estado inacabado.


Tratar o construtor civil com profissionalismo é conseguir que a sua obra demora, no mínimo, o triplo do tempo previsto. Os germânicos encontraram a solução perfeita para os nossos problemas obreiros, o contrato penalizador. Este determina um prazo para a obra e por cada dia de atraso é paga uma determinada quantia. Remédio santo. Mesmo que não consigo acabar as obras, farei certamente um belo pé-de-meia com o dinheiro das penalizações e poderei fazer coisas que não estavam previstas. Talvez viajar.



Cabeça Suja... a viajar



M@rkito ®

1 comentário:

mfc disse...

Não vais longe que aqui o dono do "tijolo" abre falência num abrir e fechar de olhos!!